Repensando a moda
ética, sustentabilidade e o papel das vestimentas não-hegemônicas
DOI:
https://doi.org/10.29147/datjournal.v10i2.889Palavras-chave:
Moda Inclusiva, Vestuário Indígena, Moda Sustentável, Moda Não-Hegemônica, Vestuário Não-OcidentalResumo
Nos últimos anos, o sistema da moda tem passado por um processo significativo de deterioração. A obsessão pelo crescimento, pela produção em massa e por estéticas globalizadas transformou a indústria do vestuário em um espaço marcado por negligência ética e ambiental. Em resposta, um movimento complexo emergiu no campo, buscando desafiar e transformar essa realidade. Criar uma moda ética e sustentável tornou-se um desafio central, abrindo espaço para novas análises e questionamentos críticos. Este ensaio teórico propõe uma reflexão sobre o processo de eticização na moda e explora como determinadas formas de vestimenta não-hegemônicas e não-ocidentais podem oferecer perspectivas inovadoras sobre as principais questões e desafios atuais do setor. Essa reflexão é ilustrada por meio do caso da mulher de Cuentepec, cujas práticas de vestimenta, situadas fora do sistema dominante da moda, refletem uma cosmovisão própria e uma profunda integração social. O ensaio convida designers e pesquisadores a desconstruir paradigmas vigentes e a promover uma abordagem da moda mais abrangente, inclusiva e culturalmente sensível.
Downloads
Referências
BARTHES, Roland. Sistema da moda. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
BERLIM, L.; SCHULTE, N. Moda ética, um novo olhar sobre o novo. Revista dObra[s], n. 32, 2021.
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blucher, 2008.
CARVALHAL, André. Moda com propósito: Manifesto pela grande virada. São Paulo: Paralela, 2016.
DE BRITTO, L. R. G.; COUTINHO, O. M.; MIRANDA, A. P. C.; CAMILO, E. O ato de presentear como processo de sacralização: o escapulário como símbolo de amor e proteção. Barbarói, n. 58, p. 230–242, 2021.
EDELKOORT, Lidewij. Anti-fashion: A manifesto for the next decade. Paris: Trend Union, 2015.
ESCOBAR, Arturo. Más allá del Tercer Mundo: Globalización y diferencia. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia, 2005.
GONZÁLEZ, Laura; SANTANA, Yesenia. Diagnóstico participativo comunitario San Sebastián Cuentepec, Morelos. México: Universidad Autónoma del Estado de Morelos, Centro de Investigación en Ciencias Sociales y Estudios Regionales, 2020.
HERREJÓN, Carlos. Tradição: esboço de alguns conceitos. Revista Relaciones, v. 15, n. 59, p. 135–149, 1994.
INGOLD, Tim. Antropologia: Para que serve? Petrópolis: Vozes, 2019.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTADÍSTICA Y GEOGRAFÍA (INEGI). Archivo histórico de localidades geoestadísticas: Histórico de movimientos de Cuentepec, Temixco, Morelos. Disponível em: https://n9.cl/sxmn4. Acesso em: 12 jul. 2024.
LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: A moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
MARGOLIN, Victor. A política do artificial: Ensaios e estudos sobre design. Rio de Janeiro: Record, 2014.
MENEGHETTI, F. K. O que é um ensaio-teórico? Revista de Administração Contemporânea, v. 15, n. 2, p. 320–332, 2011.
ORIHUELA GALLARDO, M. del C. El papel de las mujeres en la transición cultural de Cuentepec, Morelos. Disparidades. Revista de Antropología, 2021.
PINEDA, Jorge Luis. Cuentepec apron: Uses and meanings of traditional Nahua clothing. Clothing Cultures, v. 11, n. 1, p. 7–20, 2024. DOI: https://doi.org/10.1386/cc_00083_1.
PINEDA, Jorge Luis; BARROS, Simone Grace de. A vestimenta tradicional da mulher cuentepequense: notas em torno do kueuitl. Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 18, n. 45, 2025. DOI: 10.5965/1982615x18452025e0010.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. Apresentação da edição em português. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais – Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 09–15.
PROGRAMA DE LAS NACIONES UNIDAS PARA EL DESARROLLO (PNUD). Segundo informe sobre desarrollo humano en Centroamérica y Panamá. 2004.
SALCEDO, Estel. Moda ética para um futuro sustentável. Barcelona: Editorial Gustavo Gilli, 2014.
SAULQUIN, Susana. La muerte de la moda, un día después. Buenos Aires: Paidós, 2010.
ARAI, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
HARAWAY, D. Artigos saberes localizados: Cadernos Pagu, v.5, p.07–41, 1995.
HAGGARD, Patrick; CLARK, Sam; KALOGERAS, Jeri. Voluntary action and conscious awareness. Nature neuroscience, v. 5, n. 4, p. 382-385, 2002.
LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria Ator-Rede. Salvador: Edufba, 2012.
MAGALHÃES, M. Sentir em rede: net-ativismo estético na ação colaborativa Letters to the Earth. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. v.9, n.18, nov.2019.
MAINSAH, Henry; MORRISON, Andrew. Towards a manifesto for methodological experimentation in design research. Nordes, v. 1, n. 5, 2013.
MEYER, G. A Experimentação como Espaço Ambivalente de Antecipação e Proposição de Controvérsias. Revista Estudos em Design. Rio de Janeiro: v.26, n.1, p. 29–47. 2018.
NORMAN, D. Things that makes us smart: defending human attributes in the age of the machine. USA: Perseus Book, 1993.
NORMAN, D. A. Emotional design: why we love (or hate) everyday things. Nova Iorque, NY: Basic Books, 2004.
NORMAN, D.; VERGANTI, R. Incremental and radical innovation: design research versus technology and meaning change. Design Issues, v. 30, n. 1, p. 78-96, 2014.
PERNIOLA, M. Do Sentir. Lisboa: Editorial Presença, 1993.
SCHLEMMER, Eliane; MORGADO, Leonel Caseiro; MOREIRA, José Antonio Marques. Educação e transformação digital: o habitar do ensinar e do aprender, epistemologias reticulares e ecossistemas de inovação. Interfaces da Educação, v. 11, n. 32, p. 764-790, 2020.
SEINFELD, Sofia et al. User Representations in Human-Computer Interaction. Human–Computer Interaction, p. 1-39, 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 DAT Journal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.