Perplexidade

uma imagem da complexidade. Desejo, dinheiro e Spinoza

Autores

  • Leon Farhi Neto

DOI:

https://doi.org/10.29147/datjournal.v9i3.899

Palavras-chave:

Valor, Capital, Simmel, Imaginação, Afeto

Resumo

Usando o trabalho de Tracey Emin, “I’ve got it all”, como ponto de partida, este artigo analisa a perplexidade que sentimos em relação à complexa relação entre desejo e capital. O que nos deixa perplexos é o fato de o capital poder impor seus valores sobre nós e governar nossos desejos de forma tão inescapável, apesar de estarmos cientes de seus efeitos nocivos. Para desenvolver esse problema, eu me baseio na ontologia da potência de Spinoza. Tento entender, por um lado, a relação entre o desejo e a criação de valor e, por outro, a perplexidade como um modo específico da imaginação e da afetividade. A imagem do dinheiro parece desempenhar um papel crucial aqui, ainda mais importante do que a imagem do sexo. Em virtude de sua medialidade absoluta, o dinheiro tende a se tornar o objeto supremo de nossos desejos. Diante disso, nossa perplexidade não é um sinal de impotência; pelo contrário, indica a potência de nossa imaginação. Enquanto não cairmos em consternação, entusiasmo ou indiferença, não estaremos completamente subjugados ao capital..

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Biografia do Autor

Leon Farhi Neto

Professeur de philosophie à l’Université Fédérale du Tocantins, Brésil. Membre de RETiiNA.International, dirigé par François Soulages, et du collectif d’études sur l’audiovisuel OUTROCAMPO. Développe actuellement une recherche intitulée « Les moyens numériques du désir », dans le cadre du groupe Esthétique et Critique, dirigé par Emmanuel Alloa, à l’Université de Fribourg, Suisse.

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Publicado

2024-11-21

Como Citar

Farhi Neto, L. (2024). Perplexidade: uma imagem da complexidade. Desejo, dinheiro e Spinoza. DAT Journal, 9(3), 20–35. https://doi.org/10.29147/datjournal.v9i3.899