Perplexidade
uma imagem da complexidade. Desejo, dinheiro e Spinoza
DOI:
https://doi.org/10.29147/datjournal.v9i3.899Palavras-chave:
Valor, Capital, Simmel, Imaginação, AfetoResumo
Usando o trabalho de Tracey Emin, “I’ve got it all”, como ponto de partida, este artigo analisa a perplexidade que sentimos em relação à complexa relação entre desejo e capital. O que nos deixa perplexos é o fato de o capital poder impor seus valores sobre nós e governar nossos desejos de forma tão inescapável, apesar de estarmos cientes de seus efeitos nocivos. Para desenvolver esse problema, eu me baseio na ontologia da potência de Spinoza. Tento entender, por um lado, a relação entre o desejo e a criação de valor e, por outro, a perplexidade como um modo específico da imaginação e da afetividade. A imagem do dinheiro parece desempenhar um papel crucial aqui, ainda mais importante do que a imagem do sexo. Em virtude de sua medialidade absoluta, o dinheiro tende a se tornar o objeto supremo de nossos desejos. Diante disso, nossa perplexidade não é um sinal de impotência; pelo contrário, indica a potência de nossa imaginação. Enquanto não cairmos em consternação, entusiasmo ou indiferença, não estaremos completamente subjugados ao capital..
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