O livro de artista como espaço de discurso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29147/dat.v3i2.89

Palavras-chave:

Arte, Autor, Design, Discursividade, Livro de artista

Resumo

A fim de promover uma investigação do artista ou designer em posição de autor e também uma averiguação acerca daquilo que determina seu poder na criação de regras de funcionamento do discurso, este artigo é fruto da tese de doutorado, que propôs o livro de artista como objeto de estudo. Esta tese, de autoria de Cristiane Alcântara, sob orientação de Monica Tavares, foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da USP e foi intitulada O autor entre o sujeito: modos de subjetivação no fazer do livro de artista. Com base no texto “O livro como forma de arte” de Julio Plaza, este artigo considera que os livros de artista são objetos de linguagem e matrizes de sensibilidade, enfim, sequência de espaços em que se dá permanentemente um “fazer-construir-processar-transformar e criar”. Nesta perspectiva, este trabalho pretende apresentar como a produção de O livro por vir, de Cristiane Alcântara, é resultado de práticas e reflexões realizadas mediante uma série de condutas regularizadas de modos semelhantes, próprios de um mesmo saber-fazer. Mostrar-se-á como esse livro de artista firma-se como espaço de posicionamento autoral, de discursividade e lugar de onde se constituem modos distintos de subjetivação. Ao cabo, será demonstrado como esse livro de artista estabelece-se como um suporte que decorre ao mesmo tempo dos tradicionais meios de criação como também das novas tecnologias digitais, e que também envolve uma relação entre arte e design.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alcântara, Cristiane. 2018. O autor entre o sujeito: modos de subjetivação no fazer do livro de artista. Tese apresentada à Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo para a obtenção do Título de Doutora em Artes Visuais.

Bakhtin, Mikhail (Volochinov). 1978. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec

Bakhtin. Mikhail. 2000. Estética da criação verbal. 3ª. ed. São Paulo: Editora Martins Fontes.

Bakhtin. Mikhail. 2002. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 9ª. ed. São Paulo: Editora Hucitec Annablume.

Drucker, Johanna. 2011. “O que o livro pode”. Acedido: Maio, 2018. http://oqueumlivropode.tumblr.com/page/13?route=%2Fpage%2F%3Apage.

Eco, Umberto. 1965. Obra Abierta. Barcelona: Seix Barral.

Fernandes, Cleudemar. 2012. Discurso e sujeito em Michel Foucault. São Paulo: Intermeios.

Fernandes, Jaqueline and Maria de Lourdes Paniago. 2015. “A morte como representação da vida: cemitérios, espaços, heterotopias.” In: Souza, Katia and Humberto da Paixão (orgs). Dispositivos de poder/saber em Michel Foucault: biopolítica, corpo e subjetividade. São Paulo: Intermeios, Goiânia: UFG.

Foucault, Michel. 2001. “Outros espaços”. In: Ditos e escritos III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 411-422.

Foucault, Michel. 2004. As palavras e as coisas, uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes.

Gullar, F. 2016. “A morte é o nada”. Ilustríssima. Folha de S. Paulo. Acedido: Maio, 2018. http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/12/1840113-a-morte-e-o-nada-diz-ferreira-gullar-em-entrevista-inedita.shtml.

Gullar, F. 2004. “Traduzir-se”. In: Toda poesia. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio.

Heidegger, Martin. 1977. A Origem da Obra de Arte. Biblioteca de Filosofia Contemporânea. Lisboa: Edições 70.

Kant, Immanuel. 2005. “Resposta à pergunta: O que é o esclarecimento?” In: Textos Seletos. Trad. Floriano de Sousa Fernandes. Petrópolis: Editora Vozes.

Plaza, Julio. “O livro como forma de arte”. Revista Arte em São Paulo, n. 6. São Paulo: 1982. Acedido: Maio, 2018. http://www.mac.usp.br/mac/expos/2013/julio_plaza/pdfs/o_livro_como_forma_de_arteI.pdf.

Plaza. Julio. “Arte e interatividade: autor-obra-recepção.” Revista Ars, v. 4, n. 1, 2000. Accessed: May

, 2018. http://www.revistas.usp.br/ars/article/view/2909/3599.

Pêcheux, Michel. 1990. Discurso: estrutura ou acontecimento. Trad. Eni Pulccinelli Orlandi. Campinas: Pontes.

Scherer, Jacques. 1977. “Le Livre” de Mallarmé. Paris: Éditions Gallimard. TheorieDesignGraphique.org. s.d. Acedido: Maio, 2018. http://www.theoriedesigngraphique.org/?p=349.

Downloads

Publicado

2018-11-16

Como Citar

Alcântara, C., & Tavares, M. (2018). O livro de artista como espaço de discurso. DAT Journal, 3(2), 157–178. https://doi.org/10.29147/dat.v3i2.89